Após o embrião ou embriões terem sido transferidos para o seu útero, é necessário que se implantem e continuem a desenvolver-se para que a gravidez ocorra. Nesta fase do tratamento de procriação medicamente assistida (PMA), a sua equipa de fertilidade tem como objetivo identificar o embrião ou embriões com o maior potencial de implantação. Atualmente, existem várias ferramentas e métodos diferentes que ajudam a sua equipa a avaliar os embriões.
Quando os embriões se começam a desenvolver, são revestidos por um fino invólucro protetor. Os embriões têm de conseguir sair deste invólucro para se implantarem no útero. Às vezes, esse invólucro pode ficar mais duro e dificultar a libertação dos embriões — principalmente se os óvulos forem de uma mulher um pouco mais velha.1,2
No processo de eclosão assistida, por volta do dia 3 do desenvolvimento do embrião, o embriologista utiliza uma solução ácida fraca ou um laser para enfraquecer ou perfurar o invólucro.2 Em alguns casos, este procedimento poderá dar ao embrião uma melhor probabilidade de se implantar.1
A equipa de fertilidade poderá optar pela eclosão assistida se já tiver feito vários ciclos de FIV/ICSI sem sucesso, ou se o óvulo for de uma mulher com mais de 35 anos de idade.
Os embriões crescem dentro de uma incubadora no laboratório da sua clínica/hospital, ao longo de vários dias (3-5). Os embriões são muito frágeis e a menor alteração no ambiente de incubação pode afetar o seu desenvolvimento.3–6
Por este motivo, tanto o equipamento de laboratório como as técnicas utilizadas pela equipa devem evitar flutuações que possam afetar o desenvolvimento do embrião.
Algumas incubadoras modernas oferecem uma câmara fechada independente para cada casal/mulher, o que permite que a sua equipa de fertilidade controle cuidadosamente todos os aspetos do ambiente envolvente ao seu embrião e o monitorize de forma contínua. Isto significa que o seu embrião se vai desenvolver num ambiente estável e seguro, evitando quaisquer perturbações externas.
Na avaliação tradicional de embriões, o seu embriologista retira os embriões da incubadora por um curto período de tempo. Isto permite estudar a forma e a estrutura de cada embrião, além do modo como se desenvolve ao longo do tempo, observando quaisquer alterações anormais. A sua equipa de fertilidade irá então identificar o embrião ou embriões com desenvolvimento normal para transferência.
No entanto, mais de 50% dos embriões identificados utilizando apenas a avaliação tradicional não se conseguem implantar.7,8 Isto pode dever-se ao facto de:
Uma recente inovação tecnológica na área da avaliação do embrião, que se designa por time-lapse, permite que sejam tiradas várias fotografias aos embriões com intervalos regulares e durante vários dias. Isso permite ao seu embriologista ter uma visão completada de todos os momentos do desenvolvimento dos seus embriões.7
Esta tecnologia permite assim ao seu embriologista ter mais informações para fazer a escolha de qual embrião deve ser transferido.
Embora a captação de imagens em intervalos de tempo regulares (‘time-lapse’) ajude a sua equipa a fazer uma avaliação mais fundamentada, ainda assim existem elementos do desenvolvimento dos embriões que o olho humano não consegue medir.
Existe um software automatizado de análise de imagens que foi desenvolvido para conseguir prever o potencial de implantação embrionária numa fase inicial.8,9
Quando utilizado em conjunto com os métodos tradicionais de avaliação embrionária, demonstrou-se que este software de avaliação melhorou significativamente as taxas de implantação e gravidez clínica.9,10 Tem a capacidade de identificar características subtis e alterações na forma e tamanho dos embriões que o olho humano não consegue detetar, além de fornecer uma classificação automatizada dos embriões, com base no seu desenvolvimento previsto e potencial de implantação.