Isto significa que poderá não ter de passar novamente pelo desconforto da estimulação ovárica e colheita de óvulos se decidir tentar outra vez. Outra das razões para congelar é porque algumas mulheres descobrem que o seu útero não está preparado para receber um embrião no dia da transferência. O congelamento permite-lhes esperar até que o seu corpo esteja pronto. Também pode optar por congelar os óvulos ou embriões não utilizados, uma vez que os estudos revelaram que óvulos mais jovens podem resultar numa taxa de nados-vivos superior; se decidirem tentar novamente no futuro, poderá aumentar as suas hipóteses de ter um bebé se utilizar óvulos/embriões obtidos numa colheita anterior.1 A congelação de óvulos pode ser feita para preservação da fertilidade pois os óvulos mais jovens poderão ter maior probabilidade de sucesso. A preservação da fertilidade por questões oncológicas é também uma razão.
O gráfico seguinte mostra a taxa de nados-vivos resultantes de transferências de embriões a fresco e congelados (não inclui resultados com doação de óvulos).1
Atualmente, as células podem ser congeladas de duas formas: por congelação lenta ou congelação rápida (vitrificação). Antes do processo de congelamento, os seus óvulos, espermatozoides ou embriões são misturados com soluções ‘anticongelantes’ especiais. Em seguida são arrefecidos muito lentamente ou armazenados muito rapidamente em azoto líquido. Quando estiver na altura de serem utilizados, as células são aquecidas.
Durante o processo de congelação lenta, a temperatura à volta das células é reduzida gradualmente, o que possibilita a formação de cristais de gelo prejudiciais. Estes cristais podem danificar criticamente as células sendo que nem todas sobreviverão ao processo de congelação lenta.
A vitrificação é uma nova técnica de congelação ultrarrápida. Melhora a sobrevivência dos embriões após o descongelamento, em comparação com a congelação lenta.2,3
Os ensaios clínicos realizados mostraram uma melhoria significativa na sobrevivência embrionária após o congelamento com vitrificação, quando comparado com a congelação lenta (risco relativo=1,59).4
Adaptado de Valojerdi M, et al. J Assist Reprod Genet 2009;26:347–354
Durante a vitrificação, a temperatura à volta das células diminui rapidamente. Isto solidifica as células até a um estado vítreo e evita o risco de formação de cristais de gelo, protegendo-as contra danos.5
No entanto, a vitrificação é um processo manual muito complexo que requer profissionais com uma vasta formação e experiência.6 Os embriologistas têm de manusear manualmente os embriões durante o processo, aumentando a variabilidade dos resultados e potencialmente provocando alterações críticas nas células.6
Um novo instrumento de vitrificação, que semi-automatiza o passo mais complexo deste processo de congelação ultrarrápida, ficou disponível recentemente em alguns países. Esta tecnologia ajuda a garantir que o processo é realizado sempre da mesma forma e reduz os riscos de perturbação dos ovócitos/embriões.