A estimulação ovárica (também conhecida como estimulação ovárica controlada; COS) é um passo muito importante no tratamento de fertilidade para mulheres no qual os ovários são estimulados a desenvolver e maturar óvulos, de forma a que fiquem aptos para ser fertilizados. O objetivo da estimulação ovárica é o desenvolvimento de múltiplos folículos, prontos para múltiplas ovulações.
A estimulação ovárica é diferente da indução da ovulação (IO), uma vez que vários óvulos são libertados durante um ciclo menstrual, em vez de um único óvulo. Isto aumenta a eficiência, uma vez que permite recolher mais óvulos por ciclo.
A IO também é mais frequentemente utilizada antes de se ponderar tratamentos com recurso a procriação medicamente assistida (PMA), ao passo que a estimulação ovárica é normalmente utilizada em conjunto com ciclos de fertilização in vitro (FIV), inseminação intrauterina (IIU) e injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).
A estimulação ovárica é também realizada por dadoras de óvulos.3
Há 3 passos básicos associados à estimulação ovárica:4
As mulheres submetidas a estimulação ovárica devem ser seguidas através da realização de ecografias ao longo de todo o tratamento.3
As gonadotropinas são hormonas produzidas naturalmente no corpo da mulher. Normalmente, a maioria dos folículos degrada-se nos primeiros dias do ciclo menstrual, à medida que os níveis da hormona folículo-estimulante (FSH) e da hormona luteinizante (LH) diminuem.1
Assim, a fim de permitir que múltiplos folículos continuem a crescer, a estimulação ovárica é utilizada para manter as concentrações de gonadotropinas. O objetivo é suprir o declínio de FSH e LH, que geralmente ocorre no início do ciclo menstrual.5
O especialista em fertilidade geralmente escolhe a dose inicial com base na idade, índice de massa corporal (IMC) da mulher, na presença de condições clínicas específicas (por exemplo, síndrome do ovário poliquístico), nos seus níveis hormonais e na contagem de folículos antrais (AFC; uma ecografia transvaginal para mostrar o número e o tamanho dos folículos existentes nos ovários), entre outras variáveis.6
Uma vez que as gonadotropinas são geralmente mais eficazes do que o citrato de clomifeno, existe um risco acrescido de:1
Aquando o tratamento com gonadotropinas, poderá utilizado outro conjunto de medicamentos para garantir que a ovulação ocorre exatamente no momento certo.4 Estes medicamentos controlam a quantidade de FSH e LH que o corpo da mulher produz, para impedir a ocorrência de uma ovulação repentina antes de os óvulos estarem suficientemente desenvolvidos e maturos para serem recolhidos pelo seu médico.1
Estes medicamentos são administrados por injeção, à semelhança das gonadotropinas.4
Normalmente, o corpo da mulher aumenta os níveis de LH num certo momento do ciclo menstrual, a fim de desencadear a ovulação.4 No entanto, isto não acontece em algumas mulheres.2 Por isso, é necessária uma injeção de outra hormona (gonadotropina coriónica humana; hCG) para desencadear a ovulação durante a fase final da estimulação ovárica.4
Isto leva a que o médico saiba o momento exato em que a ovulação ocorre, permitindo a realização de outros tratamentos no momento adequado, aumentando assim as suas hipóteses de engravidar.